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04/06/2014

Educação e Pedagogia Sistêmica







"O pensamento sistêmico inclui o conhecimento de que o aluno e os professores estão conectados a suas famílias de origem (e às ideias e regras desse sistema). Ser parte do sistema escola significa que a escola também faz parte de todos os sistemas familiares que estão conectados a ela ou, usando imagens, que as famílias de origem de todos os alunos e professores representam subsistemas de uma escola.
Dessa forma, as famílias atuam na escola e a escola nas famílias (..).
Assim, não podemos distinguir completamente onde o "sistema família" termina e o "sistema escola" começa.
Segundo nossa noção tradicional, que nos deixa acreditar que podemos perceber o mundo do modo como ele é, consideramos família e escola como duas unidades claramente delineadas, cada uma com suas próprias regras, necessidades e tarefas. Hoje, contudo, sabemos que nenhum sistema pode ser mantido completamente independente de outro sistema e que a escola também não pode ser mantida afastada de tais fatores como televisão ou a cultura jovem existente.
Nossos alunos são os arquitetos de nosso campo e de seu mundo futuro. Assim sendo – mais do que qualquer outro campo de consciência – a escola está criando a matriz do futuro que se está formando."

Marianne Franke-Gricksch



O que é Pedagogia Sistêmica?

A Pedagogia Sistêmica teve sua origem a partir dos trabalhos do filósofo e professor alemão Bert Hellinger. Missionário católico na África do Sul, durante quase 20 anos, Hellinger lecionou em escolas para os zulus, durante o regime do apartheid, o que lhe possibilitou uma perspectiva ímpar para identificar questões de conflito e consciência.

Além disso, seu desenvolvimento pessoal o levou a estudar e praticar uma vasta gama de abordagens psicoterapêuticas, como: psicanálise, análise transacional, hipnoterapia Ericsksoniana, terapia primal, Gestalt, esculturas familiares, análise de histórias, etc. 

Foi assim que seus trabalhos o levaram a descobrir a natureza da consciência pessoal e certas leis inconscientes que regem o comportamento humano em grupos familiares e sociais, as quais denominou “ordens do amor”.

Mais tarde diversos professores e pedagogos iniciaram a aplicação do método na área educacional, sendo a contribuição mais relevante feita inicialmente por Mariane Franke-Gricksh a qual escreveu um livro denominado “Você é um de nós” (publicado no Brasil pela Editora Atman). 

Atualmente, existe uma grande experiência desse trabalho acumulada em centros da Espanha e México. No Brasil algumas escolas e institutos estão adotando esta postura e olhar e aplicando-a na educação e ensino.

Ja existem alguns cursos no Brasil de formação voltados para educação e pedagogia sistêmica e inclusive um curso de Pós-Graduação em Educação Sistêmica ministrado em Cuiabá/MT a partir da parceria com Instituto OCA, faculdade SEDAC e Conexão Sistêmica.

Essa metodologia pode ser aplicada independente da Filosofia Educacional do Colégio?
Sim. Tratando-se de uma abordagem filosófica em primeiro plano, a pedagogia sistêmica não é na verdade uma metodologia em si. Ela mostra como muitas das intervenções desenhadas para solucionar problemas na relação escola-aluno-família falham devido ao desconhecimento das leis inconscientes que governam o grupo familiar. Mostra ainda como é possível, por meio do conhecimento dessas leis, atuar de forma simples e marcante, atingindo os objetivos propostos. 

Nesse sentido, o novo referencial propiciado pela abordagem vai ao encontro da Filosofia Educacional específica de cada Colégio, aproveitando todas as formações e conhecimentos anteriores dos educadores e da direção da escola. 

Exemplo: em muitas situações familiares o pai está excluído. Muitas são as razões, mas não cabe aqui discuti-las. Acontece que Bert Hellinger descobriu que num nível muito profundo as crianças são totalmente leais aos pais, especialmente, quando esses são excluídos, desvalorizados e condenados. Isso significa que se, na escola, também olharmos esse pai como “mau”, “inapropriado”, “ausente”, etc. jamais teremos o apoio da criança em qualquer intervenção pretendida. Se, ao contrário, nos colocarmos numa posição de neutralidade, respeitando “na criança” seu próprio pai e seu destino, então teremos um bom terreno onde atuar.

Qual o principal objetivo dessa abordagem?
O principal objetivo é treinar o corpo docente na visão das “ordens do amor”- relações e leis inconscientes que regem o comportamento humano em grupos familiares e sociais - de forma que todo seu trabalho seja permeado pela visão das relações que perpassam o universo da criança. 

Dessa forma, os educadores (professores, orientadores, coordenadores etc.) terão em seu campo de visão, a melhor forma de intervir sem ferir as leis sistêmicas, aumentando assim as chances de sucesso em sua rotina de trabalho.

Quais os benefícios que posso esperar?

- Ampliação das possibilidades na comunicação entre os pais, seus filhos e a relação com a escola;

- Melhora da relação escola-aluno-família­;

- Potencialização do processo de aprendizagem, tanto por parte dos educadores quanto dos educandos;

- Maior equilíbrio e harmonia em sala de aula.




"O que significa Pedagogia Sistêmica?
Significa que não vemos apenas o aluno, mas também os pais do aluno nele.
A pedagogia sistêmica atua na alma e é a base de uma boa educação. A boa educação transita na Família, na Escola, no Trabalho e no Mundo." Bert Hellinger

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